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Entrevista: Carlos Abrantes

By 23.02.2021Agosto 2nd, 2023Innovating People

Nome:Carlos Abrantes

Idade: 41 anos

Formação: Licenciatura Engenharia Eletrónica Industrial e Computadores

Instituição de Ensino: Universidade do Minho

Função atual: Test Systems Project Manager

Controlar - Carlos Abrantes

Como foi o seu percurso profissional antes de chegar à empresa?

Ingressei na Controlar em 2016, mas o meu percurso profissional começou em 2003, com um estágio profissional numa empresa que desenvolvia máquinas para a indústria metalomecânica, como serrotes de corte automáticos, máquinas de dobrar tubo, máquinas CNC, entre muitas outras.

Após essa breve, mas intensa, passagem pelo mundo da automação, decidi regressar à universidade onde frequentei uma pós-graduação em automação e robótica. Ao mesmo tempo, em 2004, iniciava o meu percurso profissional efetivo numa empresa que desenvolvia máquinas de teste e soluções de software, onde permaneci durante 12 anos. Grande parte dessas soluções eram desenvolvidas em LabVIEW, da National Instruments, uma linguagem de programação muito específica na área de testes, que tive oportunidade de aprender (com obtenção do certificado CDL), o que me permitiu desenvolver competências ao nível de desenvolvimento de aplicações de teste.

Face às exigências do seu trabalho, como costuma organizar, planear e priorizar as suas tarefas?

Quando integrei a equipa Controlar em 2016, a minha perceção foi a de que passei de um comboio a vapor para um comboio de alta velocidade. Com tantos projetos a acontecer ao mesmo tempo e com prazos tão apertados, a forma como costumo organizar e planear o meu trabalho é a de tentar perceber a dimensão do projeto e traçar um plano o mais realista possível, com base na experiência de outros projetos. No que respeita à priorização, essa será a parte mais difícil de gerir, uma vez que não conseguimos prever quando ocorrerá uma avaria ou um novo requisito, que pode mudar o planeamento. Não obstante,  procuramos sempre responder de forma a satisfazer as expetativas do cliente.

Fale-nos um pouco sobre os projetos que tem em mãos.

Durante este último ano, participei em alguns projetos nacionais e internacionais na área dos sistemas de teste, com foco no controlo de qualidade dos produtos dos nossos clientes, nomeadamente clusters e displays. Também estive envolvido num sistema de calibração e teste do sensor de travão instalado no automóvel para um importante cliente português. Participei ainda, em conjunto com o Departamento de Automação, no desenvolvimento de uma aplicação de testes em sistemas de Teste Háptico de Ventiladores de Ar para clientes na Bulgária e na República Checa.

Neste momento, encontro-me a desenvolver o software para um set-up  de ensaios de esquentadores a gás de águas residuais para a indústria de termotecnologia, que tem como objetivo a realização de testes de eficiência e ensaios para aferição do cumprimento das normas legais para este tipo de equipamentos.

Qual foi o projeto que mais o entusiasmou?

Durante o meu percurso na Controlar, tive a oportunidade de participar em vários projetos, na maior parte como coordenador, e em alguns deles apenas como responsável pelo desenvolvimento da aplicação de software.  É nesse tipo de desenvolvimento que julgo tirar mais partido da minha experiência e que me suscita uma especial satisfação quando fica concluído. Por esse motivo existem dois projetos que se destacam: a máquina de testes de pressão em golpe de ariete e a máquina de teste “Air-Vent Haptic”.

Como encara os imprevistos?

Considerando que se trata de imprevistos relacionados com os desafios encontrados no desenvolvimento dos sistemas de teste, estes são tão habituais que são encarados de forma natural. Geralmente, na Controlar, os imprevistos são vistos como oportunidades para nos evidenciarmos e demostrarmos a capacidade da empresa para resolver problemas. 

Quais os desafios que os Sistemas de Teste Industrial enfrentam nos próximos anos?

Tendo em conta a constante evolução tecnológica das diversas áreas de atuação da Controlar e áreas emergentes, como por exemplo a dos veículos autónomos e veículos elétricos, os principais desafios que iremos enfrentar nos próximos anos serão, sem dúvida, a constante aprendizagem e evolução tecnológica por parte das nossas equipas de engenharia, bem como a capacidade de nos mantermos a par do mercado em parceria com os nossos clientes.

Numa era em que se fala tanto de IA (Inteligência Artificial) e RPA (Robotic Process Automation), como encara as novas tendências e a evolução da tecnologia? 

A adoção da tecnologia RPA aliada à inteligência artificial no âmbito da automação tradicional será um avanço significativo para a indústria. Os sistemas serão mais flexíveis e com capacidade de adaptação a diferentes situações de forma automática, sem a intervenção humana, tomando decisões para as quais não foram previamente programados. Além de libertar as pessoas para funções mais diferenciadoras, esta mudança irá ter certamente um impacto positivo no aumento da produtividade, pois permitirá diminuir o tempo de ciclo dos processos, reduzir as paragens por falhas e avarias e ajudar a garantir ainda mais a qualidade dos produtos. 

Costuma aplicar novas tecnologias ou utilizar novos equipamentos frequentemente nos seus projetos? 

Sim, é frequente a integração de novos equipamentos de teste para novas tecnologias, nomeadamente video generators e frame grabbers, tendo em conta que cada vez mais os sistemas de infotainment dos automóveis são constituídos por displays. Usualmente surgem novos equipamentos que é necessário integrar, em parceria com os nossos clientes. Em muitas situações, o próprio produto é uma novidade na fábrica que o vai produzir.

O que mais o entusiasma na sua profissão?

Desde muito novo comecei a interessar-me por eletrónica, mecatrónica e tudo o que estivesse relacionado com tecnologia… Mais tarde quando terminei o Curso Tecnológico de Electrotecnia/Electrónica no 12.º ano, decidi que iria continuar a minha formação na universidade e que seria esta a área na qual iria trabalhar. Por esse motivo, o que mais me entusiasma, é ver que ao fim destes anos todos continuo a trabalhar numa área que sempre me fascinou e continua a fascinar.

E na Controlar?

Trabalhar na Controlar permite-me acompanhar de perto a evolução tecnológica, sendo por isso um desafio constante. Diria que a empresa me proporciona a possibilidade de crescimento e progressão profissional, bem como a atualização das minhas competências e conhecimentos nesta área. O que me entusiasma é o facto de poder desenvolver soluções de teste em que o resultado final engloba as áreas de electrónica, automação, robótica, aquisição de dados, entre outras.