O seu percurso profissional na Controlar é longo… Há 20 anos na empresa, como descreve a sua evolução na empresa até chegar a Chief Procurement Officer?
A minha evolução está intrinsecamente relacionada com o crescimento da própria Controlar. Na realidade crescemos juntas! Ao longo destes anos foram muitos os desafios que apareceram no nosso caminho e eu procurei ser sempre pró-ativa e colaborativa para que os mesmos fossem ultrapassados. Isto, aliado ao facto de que da parte do Pedro Torres e do Fernando Leite (administradores da Controlar), existiu sempre um reconhecimento do meu esforço e dedicação, uma aposta no meu crescimento e uma confiança na qualidade o meu trabalho, resultou no cargo que ocupo atualmente.
Que competências considera fundamentais para a execução de um trabalho eficaz na área de procurement?
São várias. Destaco aquilo que valorizo muito na minha equipa: a organização, a comunicação, o trabalho de equipa, a capacidade de negociação e a ética profissional.
Os processos de compras estão cada vez mais automatizados e simplificados. Acha que as compras alguma vez poderão ser substituídas pela Inteligência Artificial (IA)?
Enquanto operação de compra, sim. Já li artigos que indicam que é uma profissão que dentro de 10 anos passará ser feita integralmente por IA. No que respeita ao procurement, especialmente numa área de negócio como a nossa, honestamente acho a substituição dos recursos humanos mais difícil de acontecer nos próximos tempos, mas não descarto a possibilidade.
O que a faz ter orgulho na sua empresa e equipa?
Há 20 anos, quando eu entrei para a Controlar, éramos sete pessoas, em que duas delas eram os fundadores da empresa. Hoje somos 130, só em Portugal, e já nos encontramos presentes em três continentes. Corremos o mundo, sem esquecermos a nossa identidade, mantendo os nossos valores e a nossa ética de transparência e honestidade. A minha equipa, toda no feminino, faz “magia” todos os dias e por isso só posso ter muito orgulho neste nosso caminho.
Pode identificar algumas estratégias que ajudem as mulheres a atingir um papel mais proeminente nas suas organizações?
Honestamente, não acredito que existam estratégias para as mulheres ou para os homens. Existe trabalho e o seu reconhecimento é o resultado. Se o reconhecimento não surge, ou é porque estamos a trabalhar mal, ou estamos no sítio errado e, aí, a opção será a mudança.
Estamos a ultrapassar um momento muito especial na vida das empresas, com um grande número de organizações a ter de colocar os seus colaboradores em teletrabalho. Como está a viver a experiência de trabalhar em casa?
Com apreensiva tranquilidade. Na minha opinião, há uma real preocupação por parte da administração em preservar o seu bem mais precioso que são as pessoas. Creio que esta decisão de recorrer ao homework veio diminuir os níveis de ansiedade que todos nós começávamos a demonstrar.
Cá por casa, a experiência está a correr melhor do que eu estava a prever! Para já, os meus filhos estão a adorar e têm sido muito colaborativos. A minha equipa tem superado com brilhantismo este desafio, o que me deixa mais tranquila, confiante no futuro e muito orgulhosa!