Tem uma larga experiência como engenheiro no setor automóvel. Fale-nos sobre o seu percurso, principais aptidões e projetos de destaque até chegar à Controlar?
Entre 1974 e 1978 estudei no ISEP, onde me formei. Fiz o serviço militar entre 1979 e 1980 e, em 1981, entrei para a Texas Instruments, onde passei pelas áreas de manutenção, informática e engenharia de software. Estive na Texas 10 anos e ingressei depois na Preh, no departamento de engenharia, onde fiquei até finais de março de 2018. Em 2012 concluí o mestrado em automação e sistemas. Após 27 anos dedicados à gestão de processos e de projetos, decidi sair da Preh. Entretanto, surgiu a oportunidade de trabalhar com a Controlar e aceitei o desafio.
Como surgiu essa oportunidade de trabalhar na Controlar?
Já conhecia o Fernando Leite, administrador da Controlar, há bastante tempo e sempre simpatizei com a empresa e com os seus colaboradores. Quando o convite para integrar os quadros da Controlar surgiu, pareceu-me um passo natural a dar.
Tem os Departamentos Técnicos e de Produção sob a sua alçada. Quais são os principais desafios que enfrenta nesta posição?
Um Diretor Técnico e de Produção tem a responsabilidade de interligar toda a cadeia de valor numa conjuntura de permanente mudança, o que por si só é um grande desafio. Deve também garantir a resposta em tempo real às exigências do mercado por parte dos departamentos que gere, a rastreabilidade de todo o processo de produção, a redução dos custos, a melhoria de qualidade dos produtos e aumento da produtividade, sem descurar a gestão de prioridades e das expectativas dos colaboradores. A gestão e o desenvolvimento do capital humano constituem outros desafios de grande importância que qualquer responsável enfrenta num cargo de direção. Para tal, é necessário envolver e desenvolver as pessoas na direção dos bons resultados, motivá-las para a mudança e promover o seu melhor desempenho.
Como lida com esses desafios e se organiza? Utiliza alguma metodologia para o planeamento das suas atividades?
Tento utilizar a tecnologia a meu favor e beneficiar com as potencialidades da utilização de várias plataformas digitais de gestão. Estamos neste momento a implementar um novo software de gestão de projetos na Controlar que vai ajudar a um controlo mais eficiente dos projetos e dos processos produtivos. Ao nível organizacional, utilizo ferramentas ágeis para o planeamento de atividades, como o quadro Kanban, e reuniões programadas com os responsáveis de vários departamentos.
A Controlar tem vindo a crescer, enquanto empresa e Grupo. Na sua opinião, quais são os principais fatores de competitividade da Controlar?
Evidenciaria a diversidade do conhecimento, a especialização e maturidade em determinadas áreas, a adaptação aos desafios da Indústria 4.0, a capacidade de customização e transversalidade das soluções e a contínua auscultação do mercado e de tendências. Por outro lado, a proatividade e disponibilidade para o suporte aos clientes contribuem também para o cumprimento das suas expectativas. Todos estes fatores colocam a Controlar numa posição de vantagem relativamente à concorrência.
Trabalha numa empresa com representatividade na área em que atua. Sente que existe alguma relação entre o sucesso de uma empresa e o nível de qualificação dos seus colaboradores?
Sem dúvida. Na Controlar, 80% dos colaboradores pertencem aos quadros técnicos, sendo que 35% são engenheiros. Além disso, a empresa aposta na formação e qualificação dos seus colaboradores nas áreas mais relevantes. Isso coloca-nos num patamar alto a nível de capital humano, com elevada capacidade de resposta às exigências do mercado e requisitos dos clientes.
Que conselhos daria a um jovem profissional que queira trabalhar nesta área e quais as competências que mais valoriza num colaborador desta área?
Qualquer profissional nesta área deve investir na formação contínua e na atualização das suas competências e conhecimentos. Diria que deve apostar em empresas que garantam a possibilidade de crescimento e invistam na formação e progressão de carreira, como é o caso da Controlar. A nível de soft skills, a humildade, proatividade, capacidade de adaptação e vontade de aprender são competências que considero importantes para um bom desempenho profissional.