Celebrou recentemente seis meses de trabalho na Controlar. Conte-nos um pouco como foi o seu percurso profissional anterior e o que mais o atraiu na empresa?
Antes de vir para a Controlar estive a trabalhar como investigador na Universidade do Minho. O grupo de investigação do qual fiz parte, o NextSea, juntava duas áreas que me atraiam: o mar e a eletrónica, com o inerente desafio que é juntar água e eletricidade. Ao todo, desenvolvemos 13 diferentes tecnologias que permitem criar dispositivos para medir vários parâmetros de interesse para o estudo da vida marinha.
Durante este período tive oportunidade de desenvolver diversas aptidões na área da engenharia e, mais tarde, no empreendedorismo, já que participei num programa de criação de valor com o objetivo de tirar algumas destas tecnologias do papel e torná-las um produto comercial.
Na Controlar vi a oportunidade de continuar a aprender ainda mais. Considero que o departamento de PCB Systems assenta-me muito bem. No entanto, quase todos os outros departamentos suscitaram-me bastante curiosidade. Além disso, é um orgulho poder fazer parte de uma equipa jovem e inovadora que consegue dar resposta a clientes com necessidades tão vastas e exigentes.
Como tem corrido a sua adaptação à Controlar?
Apesar dos anos estranhos que vivemos, a adaptação à Controlar tem-se feito de forma bastante natural.Na verdade, desde a entrevista que notei que o “distanciamento social” que foi sendo hábito nas nossas vidas não se fazia sentir com as pessoas que conheci ao longo destes seis meses.
Com a equipa a crescer, espero receber tão bem os futuros colaboradores quanto eu fui bem recebido.
Integra o Departamento de PCB Systems. Na sua perspetiva, quais serão os grandes desafios para esta área da empresa em 2022?
A área de PCB Systems é relativamente nova para mim, sendo que a minha experiência centrava-se essencialmente no desenho de PCB para utilização em alguns protótipos, e não para produção em larga escala.
No entanto, muitas foram as vezes em que fui forçado a desenhar uma PCB, pois os componentes de que necessitava eram maioritariamente SMD (Surface Mount Device) e cada vez mais pequenos. Da perspetiva de quem faz camas de agulhas para ICT (In-Circuit Test) ou Flash, isso também é um desafio.
O que se verifica é que as PCB são cada vez mais densas em componentes e consequentemente em pontos de teste. Isto faz com que por vezes as camas ICT sejam bastante complexas em wiring e as propriedades mecânicas sejam levadas ao limite das tolerâncias admitidas para que todos os componentes sejam testados.
Da perspetiva das camas Flash, há também mais microcontroladores em cada UUT (Unit Under Test) e a programação de cada um deles é cada vez mais complexa por questões de segurança de informação.
Para juntar a estes desafios, as sequências de teste têm que ser otimizadas para manter os tempos de ciclo de cada painel o mais rápido possível e assim garantir a satisfação dos nossos clientes.
Sei que a questão se referia a 2022, mas julgo que estes desafios se irão manter nesta área por muitos mais anos.
Os colegas elogiam-lhe o bom humor. Acha que é um elemento importante em contexto de trabalho?
Obrigado, caros colegas! Eh Eh! Sim, com certeza que trabalhar bem-humorado ajuda a que tudo funcione melhor para todos.
No entanto, porque nem tudo são rosas, considero igualmente importante que tenhamos “mau feitio” se houver razão para isso. Faz parte da natureza humana reagir de forma menos simpática quando estamos sob pressão e focados num objetivo.
Costumava dizer aos meus alunos, “se não está a doer, não está a acontecer”. Quando “dói”, o humor extravasado pode não ser o melhor, mas quando “acontece”, o sentimento de realização deverá fazer parte de todos aqueles que, apesar de vivenciar o mau feitio, desejaram que acontecesse.
Falando um pouco sobre os seus hobbies, pratica e ensina vela. Como surgiu este interesse e o que mais o motiva para esta atividade?
A vela surgiu na minha vida quando tinha apenas 12 anos através de um trabalho da escola que juntava dois temas principais, o desporto e o mar. A turma decidiu conhecer melhor o clube naval da cidade, o Clube Naval Povoense, tendo eu sido um dos alunos mais destemidos (cof cof) que decidiu experimentar uma aula de vela.
Se naquela idade adorava a independência que a bicicleta me dava em terra, a autonomia que me era dada num barco à vela no meio do oceano era elevar a fasquia para outro nível. A complexidade do desporto que me foi apresentado foi tal, que ainda hoje sei que há muito mais para aprender, e julgo que essa é a característica da vela que mais me fascina.
Nos últimos 15 anos dei aulas a adultos e a crianças tendo tido a oportunidade de partilhar um pouco desta paixão com todos eles. Hoje orgulho-me de ver alguns deles continuarem esta cadeia de transmissão.
Sabemos que foi pai há pouco e imaginamos que o tempo livre não seja muito. Mesmo assim, tem algum hobby (além da vela) para o ajudar a descontrair?
Gosto de andar de Vespa (e de a reparar também), de andar de bicicleta, fazer jardinagem e de tratar da horta, que apesar de não ajudar muito a descontrair o corpo é ótimo para pensar na vida.