Temos de começar pelo óbvio. É pai de trigémeos de dois anos e meio. Como concilia a profissão com os desafios da responsabilidade parental?
Só consigo porque a empresa permite alguma flexibilidade. Confesso que de outra forma seria muito difícil. Os desafios da responsabilidade parental de pai de trigémeos e de pai de um filho único serão os mesmos. A principal diferença tem a ver com a necessidade de ambos os pais estarem sempre envolvidos. Com trigémeos pequenos, se um dos filhos tem uma consulta é necessário que ambos os pais estejam disponíveis: um para ir à consulta e o outro para tomar conta dos restantes. Se todos têm uma consulta, simplesmente não pode ir apenas um dos pais. Poder compensar ao longo da semana essas necessidades que vão surgindo ajuda claramente a conciliar ambos os desafios.
Como foi o seu percurso profissional até chegar à Controlar?
Comecei a trabalhar na Autoeuropa, durante a minha tese de mestrado, no desenvolvimento de um Automated Guided Vehicle (AGV) de baixo custo a implementar nas linhas da montagem final. Após terminar a tese, permaneci mais uns meses na Autoeuropa, na equipa dos AGV, mas acabei por decidir regressar ao Norte e fui trabalhar para a Siemens, onde estive dois anos. Tinha funções de Sales Engineer na área de automação às quais juntei a função de coordenador de projetos de automação. Mais tarde, quando a Controlar me convidou para integrar a sua equipa de automação, decidi aceitar o desafio e mantenho-me até hoje na empresa.
O que aprecia mais no seu trabalho na Controlar e na própria empresa?
A possibilidade de trabalhar constantemente em tecnologias diferentes e a diversidade de soluções e projetos em que já estive envolvido. Aprecio também o facto de a empresa se preocupar com os seus colaboradores (permitindo, por exemplo, alguma flexibilidade e apostando bastante em formação) e de ser composta maioritariamente por gente jovem.
Conte-nos um pouco sobre os projetos que tem desenvolvido.
Tenho estado envolvido em várias frentes e com diferentes clientes ao longo destes anos, mas há uma “pasta” com a qual tenho estado especialmente envolvido desde 2017, que consiste no desenvolvimento de máquinas para realização de testes de visão a displays para o mesmo cliente. Trabalhei no desenvolvimento de cerca de 30 dessas máquinas. Atualmente, não temos desenvolvido esse tipo de máquinas para o cliente em causa, mas continuam sempre a surgir oportunidades com novos jigs e fixtures a serem integrados nessas máquinas, o que me permite de algum modo perpetuar o trabalho realizado.
Como encara a evolução da automação industrial nos próximos anos?
A automação industrial tem tido momentos de evolução acentuada. Já se fala há algum tempo na evolução seguinte que é a indústria 4.0.
Acredito que a pandemia veio intensificar a procura de soluções cada vez mais automatizadas e de respostas remotas, quer na manutenção/assistência e suporte técnico, como também nas soluções remotas de supervisão e controlo da produção. Penso que poderão surgir com bastante facilidade novas oportunidades em outras indústrias que não apenas a indústria automóvel, o que poderá enriquecer o nosso portefólio de soluções.
Porque é que a Controlar é a escolha certa para quem necessita de um projeto de automação industrial?
Em primeiro lugar, o facto de a Controlar primar pela assistência e suporte sempre e em qualquer altura. Por vezes, requisitos que não estavam acordados no início com o cliente são desenvolvidos e realizados sempre em prol de colmatar as suas necessidades. Os colaboradores da Controlar fazem gosto e sentem-se orgulhosos por entregar a solução requerida com o máximo de qualidade. Além disso, dispomos de pessoas muito capazes e com atenção para o detalhe, que têm o cuidado de pensar sempre em soluções funcionais para o cliente.
Por fim, o facto da Controlar estar em quatro continentes e de ter crescido exponencialmente nos últimos anos só pode ser um sinal de qualidade e de confiança nas nossas soluções.
O que considera mais difícil: projetar máquinas ou educar os seus três filhos?
Fazendo o paralelismo, os meus três filhos são o projeto da minha vida e pelos quais faço tudo para que sejam perfeitos nas suas imperfeições. Também nas máquinas em que estou envolvido faço gosto de que fique tudo perfeito. O projeto da minha vida não foi obviamente planeado desta forma (com três bebés ao mesmo tempo), mas como em qualquer projeto existem sempre surpresas e imprevistos. O mesmo acontece quando se está a projetar máquinas.
Na Controlar existem pessoas muito experientes em desenvolver soluções de engenharia pelo que, quando é necessária ajuda, há sempre alguém capaz de oferecer uma boa ideia e uma solução. Em casa, somos dois e temos o mesmo nível de experiência em educar crianças. Mas, mesmo assim, projetar máquinas é mais difícil, porque educar os nossos próprios filhos é inato e basta um sorriso ou um correr de braços abertos a dizer “papá” para tudo ficar mais fácil. Se uma máquina me chamar “papá”, já vou ter mais dificuldades em responder. ?