Idade: 46 anos
Formação: Eletrotecnia e Eletrotécnica
Função Atual: Diretor-Geral da Controlar Malásia
Acaba de celebrar 25 anos de trabalho na Controlar. Em traços gerais, como descreve o seu percurso na empresa? Quais os pontos altos que destacaria?
O meu percurso na Controlar foi marcado por uma constante evolução e adaptação a nível profissional e pessoal. Comecei com tarefas simples, mas à medida que me fui integrando na equipa e observando melhor a dinâmica da Controlar, fui-me desenvolvendo profissionalmente em várias vertentes. Um dos pontos altos que destaco é a participação em projetos com implementação de novas tecnologias e, com eles, a oportunidade de trabalhar ao lado de colegas que partilham o mesmo compromisso com a excelência e a inovação.
Ao longo destes 25 anos, aprendi não apenas a importância do trabalho árduo, mas também o valor das boas relações profissionais e a cultura de respeito e inovação que a Controlar sempre incentivou. Estou muito orgulhoso do que construímos juntos e ansioso para o que o futuro nos reserva.
A Controlar mudou muito nestes 25 anos?
Sem dúvida! Lembro-me de que quando iniciei o meu percurso na empresa estávamos localizados num humilde 5.º andar na Avenida Fernão de Magalhães, no Porto, num espaço de cerca de 80 m². Já nessa altura o nosso foco era oferecer aos clientes as melhores soluções a preços competitivos. No entanto, foi quando passámos por outra localização (na Corujeira, no Porto), que se começou a verificar a maior mudança na Controlar: o aumento do número de clientes, de colaboradores e o início da exportação. Com tudo a aumentar e com a implementação da certificação ISO 9001, a Controlar também teve de adaptar-se a uma nova realidade, abrindo portas a novas oportunidades de negócio e clientes.
Portanto, sim, a Controlar mudou significativamente ao longo destes 25 anos, evoluindo de uma empresa focada em eletrónica e automação para uma organização que oferece soluções de tecnologia de ponta, diversificando o seu portefólio e adaptando-se às transformações digitais e regulamentares do mercado. Essas mudanças permitiram à empresa manter-se competitiva e relevante no contexto global, consolidando o seu papel como uma referência importante no setor de engenharia e automação.
Está na Malásia desde 2013, primeiro como gestor de projetos e depois como Diretor-Geral da Controlar Malásia. O que o atraiu nesse desafio? Foi fácil aceitá-lo?
Assumir o desafio de trabalhar na Malásia foi — e continua a ser, sem dúvida — algo enorme e gratificante. O que me levou a aceitar foi, analisando a expansão da Controlar na Malásia, o quanto estar mais próximo dos clientes seria benéfico para a organização, oferecendo-lhes ainda mais confiança no nosso trabalho. Além disso, pesou também a possibilidade de crescimento pessoal e profissional, a oportunidade de trabalhar num mercado internacional e de ter uma experiência de vida e trabalho única.
Ainda que os desafios sejam empolgantes, vêm também associados a obstáculos e no meu caso não foi diferente. A Malásia, com a sua diversidade étnica e cultural, exige a compreensão de diferentes normas e práticas de negócio, além de uma adaptação ao estilo de vida local, muito diferente do que estava habituado. Na perspetiva de negócio, gerir uma operação num mercado estrangeiro pode ser muito complexo, nomeadamente devido a questões relacionadas com as diferenças legais, a gestão de equipas multiculturais e a complexidade dos mercados locais, exigindo uma constante procura de informação.
Apesar dos desafios, esta mudança trouxe uma série de oportunidades de crescimento e desenvolvimento, tanto para mim como para a Controlar. Não foi fácil de gerir inicialmente, mas as dificuldades foram sendo ultrapassadas e hoje considero a Malásia a minha segunda casa.
A equipa na Malásia tem vindo a crescer ao longo do tempo. Pode falar-nos um pouco sobre como a Controlar Malásia tem evoluído em termos de desafios e projetos?
A Controlar Malásia iniciou atividade em 2019 e, logo de seguida, foi confrontada com a Pandemia que abrandou o crescimento de forma significativa. No início, éramos apenas dois expatriados, dando suporte técnico na configuração e instalação de todas as máquinas enviadas pela Controlar Portugal para o cliente.
Contudo, os meses foram passando e fomos contratando novos colaboradores conforme as necessidades. Hoje, já somos nove no total. Os desafios são enormes, visto que todas as contratações necessitam de um período de aprendizagem. Para isso, conto com a disponibilidade da Controlar Portugal para dar formação a colaboradores-chave, sendo que será um processo mais rápido e proveitoso enviá-los para Portugal para terem formação on-job, voltando depois à Malásia preparados até para formar outros colegas.
A nível de projetos, começámos com atividades simples, muito focadas na assistência ao cliente a nível de software e suporte técnico na resolução de problemas nos nossos equipamentos, assim como em algumas máquinas de outras empresas. Atualmente, já estamos a entregar aos clientes fixtures ICT e pequenos fixtures.
Como é trabalhar num país do sudeste asiático em termos de cultura laboral? Encontrou grandes desafios ou surpresas na adaptação à forma de trabalhar?
Trabalhar na Malásia envolve uma série de particularidades que podem ser muito diferentes das práticas de trabalho no ocidente ou em outros mercados.
A região é notoriamente diversa em termos culturais, sociais e económicos, e essa diversidade reflete-se diretamente no ambiente de trabalho. Por exemplo, no sudeste asiático há um enorme respeito pela hierarquia, o que leva os colaboradores a retraírem as suas opiniões, deixando as decisões para o seu superior hierárquico. Isto obrigou a um esforço adicional para mostrar aos colaboradores que podem ter um espírito crítico construtivo dentro da cultura da Controlar.
Outro aspeto muito comum é a comunicação indireta: as pessoas não dizem diretamente o que pensam, especialmente em situações onde pode haver um conflito ou em que uma opinião contrária possa ser vista como desrespeitosa. Esse estilo de comunicação é voltado para manter a harmonia e evitar confrontos abertos.
Além disso, a Malásia é um país com uma grande diversidade étnica e religiosa, sendo que cada grupo tem as suas próprias tradições, valores e normas. É importante ser sensível a essa diversidade, especialmente em relação a feriados religiosos, preferências alimentares e horários de oração.
Em termos de desafios, para quem vem de um contexto diferente, o principal desafio passa pela necessidade de ajustar expectativas e entender que a forma de fazer negócios na Malásia pode ser mais lenta e mais formal do que o habitual. Por exemplo, as negociações podem levar mais tempo devido ao foco no consenso e nas relações pessoais antes de fechar um negócio.
Uma surpresa positiva foi o facto de os malaios geralmente serem muito acolhedores e prestáveis junto dos estrangeiros.
É preciso compreender estas diferenças, ajustar expectativas e adotar um estilo de liderança e comunicação flexível e respeitoso para um ambiente de trabalho saudável.
Olhando para estes 25 anos de trabalho na Controlar, se tivesse de escolher uma memória especial, qual seria?
Em 25 anos não faltam boas memórias, mas o espírito Controlar é o que mais marca quando há necessidade de as equipas darem tudo por tudo para cumprir as datas prometidas ao cliente.
Uma recordação que tenho sempre em mente é a de estar a trabalhar lado a lado com os nossos Administradores e fundadores durante a madrugada, dado o volume de trabalho e prazos apertados que tínhamos a dada altura, num espírito colaborativo de entreajuda.
Finalmente, qual é a sua expetativa para o próximo ano de trabalho?
O próximo ano será provavelmente focado na expansão estratégica, inovação tecnológica e desenvolvimento de pessoas. Queremos melhorar a capacidade de ajuste rápido às mudanças no mercado, integrar novas tecnologias e liderar equipas diversas num ambiente multicultural.
E para a Controlar Malásia, qual será o grande desafio no futuro?
Para a Controlar Malásia, o grande desafio nos próximos anos será expandir a sua competitividade num mercado dinâmico e cada vez mais globalizado, ao mesmo tempo que se adapta às mudanças tecnológicas, regulamentares e económicas. Ter maior capacidade interna, para poder desenvolver máquinas maiores e assim poder ajudar as empresas da Controlar a crescerem ainda mais.