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Entrevista com Henrique Costa

Nome: Henrique Costa

Idade: 35 anos

Formação: Licenciatura em Engenharia Electrónica e Telecomunicações

Instituição de Ensino: Universidade de Aveiro

Função atual: Head of Engineering Solutions

Foi recentemente nomeado Head of Department de Engineering Solutions, ficando a liderar um departamento de peso na empresa. Pode contar-nos um pouco sobre o seu percurso profissional na organização até assumir essa posição? Como foi essa trajetória?

Iniciei o meu percurso nas empresas Controlar na Sensing Future, uma experiência marcante pela dinâmica de startup e pelo impacto na área da saúde através da tecnologia. Mais tarde passei pela EIIT, em Espanha, num projeto desafiante de Aerospace, e em 2015 integrei a Controlar no departamento de TestSystems, com funções de Coordenação de Projetos e Desenvolvimento. Em 2022, assumi a responsabilidade desse departamento, um dos maiores desafios da minha carreira até hoje. Mais recentemente, de forma natural após a reestruturação organizacional, passei a liderar o Departamento de Engineering Solutions.

 

Como descreveria o trabalho do Departamento? Quais são os principais objetivos e desafios da área que coordena?

O Departamento de Engineering Solutions tem como missão contribuir para a visão da empresa: sermos a melhor solução tecnológica, sempre próximos dos nossos clientes.

Para isso, os principais desafios passam por acompanhar a constante evolução tecnológica e melhorar continuamente a nossa eficiência e eficácia. Temos também um papel importante na partilha e transferência de conhecimento entre equipas, tornando o departamento uma fonte geradora de valor e inovação. O grande objetivo é sermos reconhecidos pelos nossos clientes e parceiros como um pilar de confiança e competência técnica.

Fale-nos um pouco da sua equipa. De que forma consegue manter a motivação, considerando o volume de trabalho e a responsabilidade perante as equipas internas e clientes?

É um grande desafio, mas possível graças às pessoas que integram a equipa. Temos profissionais com forte sentido de responsabilidade, espírito de missão, gosto por desafios e grande capacidade de trabalho em grupo. 

Para lidar com a carga de trabalho, seguimos uma abordagem Agile desde 2022, trabalhando em sprints quinzenais, o que permite dividir projetos complexos em etapas mais claras e atingíveis.

A motivação vem de diversos fatores. A nível interno, a partilha de resultados e a distribuição de parte dos lucros aos colaboradores no final do ano é extremamente positiva. Externamente, receber mensagens de agradecimento dos clientes pelo esforço e dedicação é sempre uma fonte de energia extra para todos.

 

Que competências valoriza mais nos elementos da sua equipa?

Acima de tudo, valorizo que os elementos tenham como base os valores certos: dedicação, vontade de aprender, espírito de equipa e sentido de responsabilidade. A Controlar tem como valores a confiança, transparência e ética. Ser um parceiro íntegro, responsável e de confiança só é possível se as pessoas que fazem parte da organização tiverem esses valores. As competências técnicas podem ser desenvolvidas ao longo do percurso, mas sem esta base não há sustentabilidade.

 

Nos últimos anos, a Controlar passou por um crescimento acelerado, com melhorias de procedimentos, mudanças estruturais e de processos, sempre mantendo o ritmo dos projetos. Como tem sido essa evolução na prática?

Tem sido um processo muito desafiante, mas absolutamente necessário. O crescimento acelerado obriga a criar condições para uma estrutura ágil, flexível e escalável. Tentar responder somente aumentando o número de pessoas tornaria a organização pesada e pouco competitiva.

Os nossos clientes esperam que, ao crescermos, a nossa capacidade de resposta melhore e não o contrário. Essa evolução só tem sido possível porque as equipas têm mostrado enorme capacidade de adaptação e resiliência, garantindo que a evolução organizacional acompanha a evolução do negócio.

Os colegas veem-no como uma pessoa calma, afável e assertiva. Considera que essas qualidades são imprescindíveis num líder?

Acredito que sim. A liderança pela força ou agressividade já não tem lugar nas organizações modernas. Esse modelo só retém pessoas menos confiantes, os melhores talentos não se mantêm num ambiente assim.

Hoje, o mais importante é ser assertivo, transparente e comunicativo, envolvendo as equipas para que sintam que fazem parte de algo maior. Além disso, é essencial que as pessoas saibam que nos preocupamos genuinamente com elas, tanto no esforço que pedimos em momentos de urgência, como no apoio que damos em situações pessoais críticas.

 

Ao longo dos anos tem sido distinguido com vários prémios de reconhecimento pelo trabalho realizado. Como encara estas distinções?

Assumir cargos de liderança implica tomar decisões que, inevitavelmente, não agradam a todos. Mesmo promovendo um ambiente de abertura e crítica construtiva, nunca temos uma perceção total do impacto junto de toda a equipa.

Por isso, os prémios de liderança que tenho recebido são uma motivação extra. São um sinal de que estamos a seguir o caminho certo e que, apesar dos desafios, as equipas reconhecem o valor daquilo que temos vindo a construir. Na verdade, estes prémios são o reflexo do trabalho excecional das pessoas que lidero, pois são elas que transformam a visão em realidade.

Productrónica 2023, em Munique