Idade: 28 anos
Formação: Eletrónica Industrial e Automação
Instituição de Ensino: Colégio de Gaia
Função atual: Coordenador de Projetos de Test Systems
Conte-nos como foi o início da sua relação com a Controlar. Como começou o seu percurso na empresa?
Tudo começou em fevereiro de 2012 com um estágio curricular. No entanto, depois de uns dias de estágio, tive um acidente que me impossibilitou de o concluir. Em junho do mesmo ano, contactei a Controlar para verificar se poderia trabalhar nas férias. E foi assim que tudo começou. Foram seis meses intensos na construção de uma linha automatizada para um cliente importante, três dos quais passados na implementação da linha nas instalações do cliente. Uma experiência para a vida com pessoas fantásticas. Em janeiro de 2013, deixei a empresa, por questões de contrato, bem como pelo facto de a linha estar pronta. Por outro lado, a Controlar ainda dava os primeiros passos ao nível de Automation Systems.
Em junho do mesmo ano, solicitaram novamente os meus serviços e aceitei logo o desafio. Voltar a trabalhar com aquelas pessoas tornou-se numa experiência maravilhosa.
Comecei como técnico de Automation Systems e mantive-me até 2018, quando surgiu a possibilidade de integrar o Departamento de Test Systems como Coordenador de Projetos. Tem sido um percurso bastante positivo até ao momento.
O que mais lhe agrada na sua profissão? Fale-nos um pouco sobre as suas funções e rotina.
O que mais me agrada são as pessoas que trabalham na empresa (mesmo os que já não pertencem à família Controlar, procuro revê-los, sempre que possível). Mais do que colegas de trabalho, sinto que construi uma família aqui. Por outro lado, agrada-me a relação de proximidade que tenho criado junto dos clientes ao longo destes anos. Tive experiências incríveis que jamais esquecerei. Em relação às minhas funções, não se resumem a coordenador de projetos. Pela vasta experiência adquirida na empresa, faço um pouco de tudo. Ajudo a orçamentar os projetos, coordeno-os, valido-os, entrego-os e valido-os no cliente. Tento sempre terminar o trabalho com a sensação de que o cliente está satisfeito.
Relativamente aos diversos projetos que já acompanhou, há algum que se destaque? Porquê?
Com dez anos de trabalho na Controlar praticamente decorridos, houve vários projetos para os quais fui destacado em diferentes áreas. No entanto, houve três que marcaram o meu percurso.
1. A segunda grande linha que a Controlar fez foi um projeto bastante desafiante para mim e para a empresa. O ambiente era de aprendizagem e parceria entre todos (nessa altura a Controlar empregava sensivelmente 50 pessoas e a linha foi montada e programada por apenas seis ou sete). Estou a falar de uma linha de quase 30 metros com 18 postos de teste, mais alguns postos desenvolvidos por outros parceiros e aplicados na mesma linha.
2. O primeiro projeto que fiz para o cliente mais importante da Controlar. O projeto era simples: consistia apenas em “retrabalhar” uma bancada de teste. No entanto, empenhei-me em aplicar o que de melhor tinha aprendido até ao momento e transformei o projeto num topo de gama. Na altura o orçamento era apertado, mas o administrador da empresa confiou nas minhas ideias. Com o passar do tempo transformamos esse conceito em algo bastante rentável para a empresa com um projeto de várias máquinas capazes de testar diversos equipamentos em simultâneo. Ter contribuído e assistido ao crescimento deste projeto marcou-me.
3. Houve ainda outro conceito, criado quando era ainda técnico na Controlar, relacionado com as cores aplicadas às máquinas e que se tornou uma imagem de marca durante algum tempo. Visitar os clientes e conseguir distinguir imediatamente as máquinas da Controlar ainda hoje me traz um sabor de satisfação. Começamos com duas e hoje já vendemos mais de 30 máquinas idênticas e temos uma equipa dedicada ao projeto.
Em suma, esses foram os projetos que me impulsionaram na Controlar e que mais me ajudaram a crescer pessoal e profissionalmente.
No seu ponto de vista, que competências são uma mais-valia na implementação de um sistema de teste desenvolvido de raiz?
Primeiramente, o mais importante é perceber o que o cliente precisa. Várias vezes recebemos novos projetos, cuja informação é escassa. Ou seja, compete-nos orientar o cliente para o que realmente precisa. Conseguir fazê-lo é, para mim, uma mais-valia nesta área. Na realidade o cliente pretende sempre qualidade a um preço competitivo e a parte aliciante é conseguir vender-lhe um conceito diferente, que satisfaça as suas necessidades atuais e até futuras.
Outra das mais-valias é o bom relacionamento com o cliente e colegas, assim como a honestidade. Procuro sempre criar um bom laço com as pessoas, pois um bom ambiente/relação traz vantagens para todos. Quando temos vários projetos considerados “urgentes”, e pouca margem de manobra para entregar no prazo certo, uma boa relação significa que por vezes a sinceridade sobre as datas de entrega não tenha repercussões negativas.
Qual a fase de desenvolvimento de um projeto que abraça com mais motivação? Alguma razão em especial?
A parte do desenvolvimento inicial e a de validação/entrega ao cliente. Os motivos são simples. Desenvolver um projeto do início significa que este tem um “toque” pessoal. Um detalhe às vezes transforma algo complexo em simples. Uma procura constante por soluções (simples) para os operadores das máquinas é uma satisfação na hora da entrega/validação. Depois, o sentimento que surge da satisfação do cliente é dos melhores que pode existir na nossa área. Um simples email de agradecimento transforma todo o stress e horas de esforço em algo positivo, fazendo esquecer os problemas encontrados e superados ao longo de todo o projeto.
A escassez de semicondutores, o conflito atual e as metas de eletrificação atingiram em larga escala a indústria automóvel, incitando a alterações neste modelo de negócio. De que forma sente que isto afetou o vosso trabalho e o fornecimento de sistemas de teste?
Neste momento em particular, torna-se mais difícil cumprir os prazos que os clientes exigem. Porém, nunca trabalhei em nenhum projeto cuja data de entrega fosse determinante. Atrasos na entrega de materiais e matéria-prima sempre foram um fator constante na produção de máquinas. Por outro lado, nem tudo tem sido negativo, pois a escassez de semicondutores implicou a alteração de muitos layouts e o surgimento de outros trabalhos nesta área.
Como descreveria a sua equipa?
Tendo em conta que trabalhei em duas áreas diferentes da Controlar, nas equipas por onde passei, encontrei sempre um bom ambiente. Há sempre mais afinidade com algumas pessoas do que com outras. No entanto, é imprescindível saber trabalhar com todo o tipo de pessoas. Todos que trabalham comigo sabem que sou muito tranquilo e divertido, o que facilita o dia a dia.
E a Controlar?
Em relação à Controlar poderia escrever um testamento mas, resumidamente, abriu-me as portas para o início de vida profissional quando ainda nem sabia o que era trabalhar a sério, por isso só posso agradecer a oportunidade.
São quase dez anos de muito trabalho, muitos projetos, muito stress. Muito tudo e mais alguma coisa… Só se ultrapassa tudo isso com as pessoas que conheci. O melhor das empresas são as PESSOAS e a Controlar teve — e tem — das melhores pessoas que conheci na minha vida.